Critérios ESG já fazem parte do dia a dia de 85% das indústrias brasileiras

Cerca de 85% das indústrias brasileiras já formalizaram o compromisso ou pretendem implementar os critérios ESG em seus processos de produção. É o que aponta uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com cerca de mil empresários do setor.

Levantamento da CNI com empresários do setor aponta que as empresas estão mais comprometidas com iniciativas que impactem positivamente o meio ambiente e a sociedade, além da adoção de políticas de governança transparentes e responsáveis.

Cerca de 85% das indústrias brasileiras já formalizaram o compromisso ou pretendem implementar os critérios ESG em seus processos de produção. É o que aponta uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com cerca de mil empresários do setor.

ESG (sigla em inglês para Environmental, Social e Governance) corresponde a um conjunto de critérios que indicam o comprometimento das empresas com iniciativas que impactem positivamente o meio ambiente e a sociedade, além da adoção de políticas de governança transparentes e responsáveis. 

Apenas 13% dos empresários disseram que a adoção desses critérios não faz parte da estratégia ou não está em planejamento pelas suas empresas. Segundo a entidade, esse e outros dados foram preparados para serem divulgados durante a COP 27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre no Egito até 18 de novembro. 

Nove em cada dez empresários disseram que os critérios ESG são muito importantes para os seus negócios. Na última pesquisa, realizada no ano passado, cerca de oito em cada dez empresários tinham a mesma opinião. 

Ainda a respeito de ESG, a CNI perguntou aos industriais quais critérios são os mais importantes para suas respectivas indústrias. Os entrevistados puderam citar até dois critérios. Cerca de 65% dos industriais elencaram como primeira ou segunda opção que as iniciativas sociais, relativas ao impacto social na comunidade são as mais importantes para as suas empresas. Houve, portanto, uma mudança em relação ao último levantamento, em que os aspectos ambientais, relativos ao impacto ambiental da empresa, foram os mais lembrados pelos executivos, com 70%. 

Cerca de 60% das indústrias brasileiras têm área dedicada à sustentabilidade

Meio ambiente, social e governança 

De acordo com a pesquisa, aumentou o número de empresários da indústria que veem as ações de sustentabilidade como uma agenda de “só oportunidades” ou de “mais oportunidades do que riscos” para o setor. No ano passado, 30% dos industriais tinham essa perspectiva positiva. Agora, são 47%. 

Já a quantidade daqueles que consideravam que a sustentabilidade representa “só riscos” ou “mais riscos do que oportunidades” diminuiu de 23% para 7%. O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, afirma que já é possível perceber a preocupação da indústria com a sustentabilidade no dia a dia. 

“A indústria é parte da solução. Podemos perceber no nosso dia a dia uma máquina de lavar que consome menos água, um ar-condicionado que consome menos energia. Tudo isso mostra o papel que a indústria vem fazendo em relação a uma agenda de sustentabilidade”, acredita. 

Poder público, setor produtivo e agenda de sustentabilidade

Os industriais responderam, como primeira ou segunda opção, que a redução de custos é o principal motivo para o setor investir em ações voltadas à sustentabilidade. O aumento da competitividade e o atendimento a exigências regulatórias vieram em seguida.

Na avaliação dos empresários, a falta de incentivos do governo é o maior obstáculo para investimentos em sustentabilidade no setor industrial. A falta de uma cultura de sustentabilidade do mercado consumidor e o fato de representar custos adicionais vêm logo após como os empecilhos mais lembrados. 

Segundo o levantamento, 16% das indústrias buscaram crédito público para investir em ações mais sustentáveis na produção nos últimos dois anos. Dessas, apenas 6% conseguiram financiamento. Em relação ao crédito privado com esse objetivo, 23% dos industriais tentaram. Desses, 15% tiveram êxito.

Confira o cruzamento dessas informações abaixo: 

Arte: Brasil 61

Entre os motivos para buscar crédito privado, o uso de fontes renováveis de energia foi citado por 47% dos participantes. Em seguida veio o aprimoramento de processos (16%) e a modernização de máquinas para melhoria de produtividade e aspectos ambientais (14%). Para 55% dos entrevistados, o acesso ao crédito para implementar ações sustentáveis no Brasil é “difícil” ou “muito difícil”.

Amostra

Participaram da pesquisa executivos de 1.004 indústrias de pequeno, médio e grande portes de todas as regiões brasileiras. As entrevistas ocorreram entre 6 e 21 de outubro de 2022. 

Fonte: Brasil 61

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